[Resenha] Encontrando-me - O Diário do Leitor

28/10/2015

[Resenha] Encontrando-me

Encontrando-me
Autora: Cora Carmack
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 288
Sinopse: A maioria das pessoas adoraria passar meses viajando pela Europa após concluir a faculdade – sem responsabilidades, sem pais e sem limites no cartão de crédito. Kelsey Summers não é exceção. Ela está no melhor momento de sua vida, pelo menos é o que continua a dizer a si mesma. Tentar descobrir quem realmente você é pode ser um negócio complicado, especialmente quando se está com medo de não gostar do que vai descobrir. Bebidas e festas não são suficientes para afastar a solidão de Kelsey, mas talvez Hunt possa ajudá-la. Depois de alguns encontros casuais, eles embarcam em uma aventura pelo continente. A cada nova cidade, uma experiência. A mente de Kelsey torna-se um pouco mais clara e cada vez mais seu coração deixa de pertencer somente a ela. Hunt a ajuda a desvendar seus próprios sonhos e desejos. No entanto, quanto mais ela aprende sobre si mesma, mais percebe o quão pouco sabe sobre Hunt.

E finalmente chegou ao fim mais uma trilogia que eu achei deliciosa de ler. Claro que os livros anteriores não foram os meus favoritos, mas poder ter contato com enredos tão simples e rápidos foi maravilhoso, especialmente depois de grandes leituras densas, pesadas.

Cora Carmack soube desenvolver muitíssimo bem a história dos três melhores amigos, Bliss, Cade e, agora, Kelsey. Dentre os três, acho que a mais humana foi realmente a última. E essa foi uma bela jogada de marketing: deixar o melhor para o final.


Em Encontrando-me podemos acompanhar a saga de Kelsey em um “mochilão” pela Europa. Depois de se formar na faculdade de Artes Cênicas, ela resolve partir em busca do inesperado, do novo. É claro que ela não deixou o cartão de crédito dos pais para trás e os usa sempre que necessário, mas abdicou do conforto e dorme em albergues. Na realidade, ela queria apenas ficar perto de pessoas, queria apenas viver uma grande aventura, antes de voltar à dura vida real.
“Aventuras não acontecem se você estiver preocupado com o futuro ou apegado ao passado. Elas só existem no presente. E elas sempre, sempre surgem na hora mais inesperada e da forma mais improvável. Uma aventura é uma janela aberta, e um aventureiro é a pessoa disposta a rastejar pelo peitoril e saltar.”

Regada a bebidas, baladas e um “amor” por dia, ela vai passando pelas cidades e países. Fez amigos em Budapeste, mas de longe aquilo podia ser chamado de amizade. Bêbada e beijando um homem que não chamava sua atenção, ela dá de cara com um homem desconhecido, encarando-a e rindo. Nada mais poderia dar errado. A menos que ele fosse sedutor, bonito e com pinta de que fazia parte do exército. Desvencilhando-se do beijo, ela mal podia imaginar que a vida dela e daquele que a admirava estariam predestinadas a se cruzar por muitas e muitas vezes.

Mais tarde, naquela mesma noite, depois de colocar tudo para fora (literalmente) nas ruas de Budapeste, descobre que ele se chama Hunt. Claro que este não é seu verdadeiro nome, mas aos poucos ela percebe o porque. Ele tinha olhos de caçador, assim como a tradução de seu “nome” – caça.

Ao lado dele ela se sente em casa, palavra que há muito ela não sabia o verdadeiro significado. Vinda de uma família completamente desestruturada e marcada por um fato chocante, Kelsey buscava um lar.
“Claro que o tiro poderia sair pela culatra de várias formas, e provavelmente contra mim mesma. Mas, se fosse preciso estraçalhar meu coração como confete, Hunt com certeza era um bom motivo para isso.”

Mas será que é nos braços de Hunt que ela o encontrará? Será que ela mostrará seu verdadeiro eu para o mundo?

Conforme disse anteriormente, este foi o meu favorito. A história foi a mais humana, com um tema mais recorrente, mesmo que infelizmente (quem leu vai entender, rs).

Cora consegue conquistar qualquer um que pegue seus livros através de uma narrativa viciante.

Mesmo afirmando que Kelsey era uma mimadinha quando aparecia nos dois livros anteriores, agora pude entender que, na realidade, dinheiro nenhum poderia comprar as coisas que ela mais queria: liberdade, amor, “sua alma inteira de volta”. Claro que a todo momento eu achei que Hunt era algum tipo de assassino, mas com o passar do tempo, e intrincada na história da jovem, até me esqueci do jeito estranho com o qual se conheceram. E é óbvio que a reta final me surpreendeu mais do que esperava.

A editora caprichou muito nas capas, e esse tom de verde ficou maravilhoso. O padrão entre elas deixa a estante muito mais bonita, também. A diagramação interna foi mantida, bem simples. Tamanho da fonte um pouco pequena, mas ainda assim boa para leitura.

Com certeza a trilogia Losing It não poderia ter um final tão perfeito quanto este. Fechou com chave de ouro as histórias de três grandes amigos que, acima de tudo, são humanos, e tem que conviver com todas suas limitações e anseios.
“A alma era algo que eu não conseguia mudar. Eu podia escondê-la com maquiagem. Podia me distrair com festas, homens e viagens. Mas não se pode fugir de quem se é... não para sempre.”


Mais uma vez, parabéns à Editora Novo Conceito! Espero ver outros livros da Cora publicados por vocês!

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