[Resenha] Todos os nossos ontens - O Diário do Leitor

01/12/2015

[Resenha] Todos os nossos ontens

Todos os nossos ontens
Autora: Cristin Terrill
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 352

Sinopse: O que um governo poderia fazer se pudesse viajar no tempo? Quem ele poderia destruir antes mesmo que houvesse alguém que se rebelasse? Quais alianças poderiam ser quebradas antes mesmo de acontecerem? Em um futuro não tão distante, a vida como a conhecemos se foi, juntamente com nossa liberdade. Bombas estão sendo lançadas por agências administradas pelo governo para que a nação perceba quão fraca é. As pessoas não podem viajar, não podem nem mesmo atravessar a rua sem serem questionadas. O que causo isso? Algo que nunca deveria ter sido tratado com irresponsabilidade: o tempo. O tempo não é linear, nem algo que continua a funcionar. Ele tem leis, e se você quebrá-las, ele apagará você; o tempo em que estava continuará a seguir em frente, como se você nunca tivesse existido e tudo vai acontecer de novo, a menos que você interfira e tente mudá-lo...


E depois de quase três longos meses, finalmente eu dei um fim à curiosidade que estava me matando. Todos os nossos ontens foi um dos livros mais esperados por mim nesta reta de fim de ano. E ainda uni o útil ao agradável. No mês de novembro, o Clube do Livro escolheu pela distopia. E olha só o que “caiu” em minhas mãos *-* .


Encaro o ralo no centro do chão de concreto. Foi a primeira coisa que vi quando me trancaram nesta cela, e mal desviei o olhar desde então.

Em está presa em uma cela e não tem contato com nenhum outro preso dali. Aliás, somente ela e Finn, um amigo da época da adolescência, estão presos ali. Eles só conseguem conversar um com o outro através de sussurros nos vãos da parede e da porta.

Há algo ali que a deixa nervosa. Um ralo. Porque raios teria um ralo em uma cela?

Ela aguarda pacientemente a refeição “deliciosa” ser servida e a deixa de lado. Todas suas atenções vão até a colher e o garfo que acompanham a bandeja. É quebrando a colher e lixando-a no chão áspero do lugar que ela consegue tirar os parafusos do ralo. Quando sua mão finalmente entra por aquele tubo, restos de coisas que ela nem sabia o que eram grudam nela. Mas é aí que ela consegue alcançar um papel dobrado. Nele, várias coisas estão escritas. A principal é: Você tem que matá-lo.

Em reconhece a caligrafia. É a sua própria letra. Todas as tentativas anteriores foram fracassadas e, a cada nova oportunidade de fuga, ela retorna com algo a mais na bagagem. Detalhes que fazem com que a última chance seja melhor aproveitada por ela e por Finn.

Depois de sofrer nas mãos do doutor, personagem sem nome na narrativa – pelo menos no início -, Em e Finn são ajudados por Connor, um dos guardas dali. Eles partem até a sala de controle, onde está Cassandra – que nada mais é que um colisor de partículas subatômicas com quilômetros de comprimento que foi construído no subsolo da prisão.

É a última chance que eles tem de salvar a si mesmos e o resto da humanidade. Será que conseguirão? Será que o tempo estará ao lado deles?

Acho que o que havia conseguido filtrar na leitura dos primeiros capítulos acabou se repetindo aqui. Não posso dar muitos detalhes mais, senão os spoilers seriam inevitáveis. Só posso afirmar que vemos a narrativa de Em, no então presente, e Marina, a adolescente fútil e egoísta que ela já foi um dia. E é para salvá-la de todo o mal que passou que ela insiste em voltar e mudar o rumo da história. E acompanhar as versões mais novas deles é tão... mágico *-* .


A edição está muito boa. Foi mantida a capa original e a diagramação interna é relativamente simples, com fonte em tamanho ótimo para a leitura. Como tinha dito anteriormente, parece que a autora desistiu de dar prosseguimento à série, mas ao terminar Todos os nossos ontens não senti falta alguma de continuação. Espero até que permaneça assim, porque vai que “defeca” tudo né? HAHAHA. Ah, e a única coisa que me incomodou um pouco foi o fato de haver um errinho que poderia ter passado batido, se não fosse justamente com um dos personagens que eu mais gostei, o Finn. 

O ponto super positivo do livro, e que eu só descobri ao iniciar a leitura, é de que a autora retirou o título do livro de uma passagem escrita por William Shakespeare em Macbeth:

Amanhã e amanhã e amanhã
Arrastam-se nesse passo trivial dia a dia
Até a última sílaba do tempo registrado;
E todos os nossos ontens iluminaram para os tolos
O caminho até o pó da morte.

Muito amor, não é mesmo? <3 

Um comentário:

  1. Oi Pam! Depois dessa resenha como não ficar curiosa? Achei o enredo muito interessante e chamativo, gostei dessa ar distopico da trama, não sabia que seria assim! Mas o que mais gostei foi saber que não terá uma continuação, pois sinceramente, sinto falta de livros únicos, tem tanta série por ai, que ver uma história única, me deixa animada, pois esperar sair continuação é muito chato, rs. Enfim, gostei bastante da resenha e quero muito ler Todos os nossos ontens, achei demais o modo como a autora escolheu o título do livro!

    Beijos,

    http://www.daimaginacaoaescrita.com/

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