[Resenha] O grito que ninguém ouviu - O Diário do Leitor

29/03/2016

[Resenha] O grito que ninguém ouviu

O grito que ninguém ouviu
Autora: Amanda Oliveira
Editora: Novo Século - Talentos da Literatura Brasileira
Número de Páginas: 144
Você pode adquiri-lo em: Saraiva |  Livraria da Folha

Sinopse: A maioria das pessoas, por mais diferentes que sejam, querem ter uma vida tranquila, realizar seus sonhos e, principalmente, ter o direito de escolher como viver, sem a interferência de acontecimentos dolorosos e violentos que batem à nossa porta todos os dias, seja através do noticiário da TV, seja nos cercando na esquina de uma rua qualquer. Este livro é um relato pessoal de Amanda Oliveira, uma jovem comum que, no auge de sua vida, experimentou a dor, o desespero e a solidão amarga que só quem vive conhece. Em questão de minutos, viu o seu belo mundo entrar em ruínas por conta da violência gratuita e de toda a negligência que sofreu. O intuito dessa história real não é oferecer ao leitor um manual de como superar adversidades ou traumas, tampouco uma receita de bolo para a felicidade; a vida é complexa demais e a reação de cada ser humano diante dos problemas é diferente. O objetivo, na verdade, é contar que é possível reconstruir a vida, mesmo quando tudo parece estar perdido, e inspirar cada pessoa a ser sempre o melhor que pode ser. No final, se abrirmos bem os olhos, poderemos aprender que perder é ganhar.

O grito que ninguém ouviu é um livro de fatos reais, uma história de superação e determinação pela vida, com uma riqueza incrível dos detalhes, emoções e conflitos internos.

Conhecemos Amanda, uma estudante de Psicologia que mora na zona leste de São Paulo. Ela trabalha, estuda e participa de serviços voluntários. Em um sábado, ao ir para o trabalho, ela acaba sendo assaltada próximo de sua casa.

Esse acontecimento acabou acarretando não só na perda de seus bens materiais, mas também um tiro que transformou sua vida. Sua saúde nunca mais seria a mesma depois desse terrível dia. Inclusive me deixou abismada, tamanha foram as atitudes das pessoas que por ali passavam. Nenhuma delas quis prestar socorro, deixando Amanda ali - estirada e ferida - na calçada.

O show de horror não poderia ficar pior. Isso era o que achávamos, pois, depois que ela chegou ao hospital público, aqueles que deveriam cuidar e tentar minimizar sua dor, só fizeram aumentá-la, machucando-a ainda mais. Nem um animal merecia vivenciar o que Amanda estava, uma situação que pode ser a realidade de muitos, para tristeza geral da nação.

Ela recebeu alta, mas sabia que não estava bem ainda. Por isso sua mãe resolveu pedir sua transferência para o hospital onde ela tinha o plano de saúde. Lá, pelo menos, Amanda poderia ser melhor atendida. Chegando lá, por erros no relatório, à ida para um quarto demorou, deixando-a ainda mais nervosa diante de toda aquela situação.

Lá descobriu que precisaria passar por mais uma cirurgia, por conta de um erro que o médico anterior causou, o que poderia custar-lhe a vida. Enfrentou a mesa de operação novamente, com uma fé ainda maior pela vida, mas sabendo que parte de Amanda já tinha ficado para trás naquele dia do acidente.

Daí pra frente a luta diária de Amanda é grande. Por mais que ela queira, de certa forma, perdoar, esquecer ou simplesmente deixar o passado para trás, sua cicatriz na pele e a marca que ficou em sua memória são impossíveis de apagar. Vemos ela tentando superar, pedindo por socorro, mas sem sua voz, um grito literalmente silencioso, que ninguém ouviu.

O grito que ninguém ouviu é um livro que nos comove e, de certa maneira, nos ajuda a pensar em diversas situações de familiares e colegas que já passaram por algo semelhante. Muitas vezes, as pessoas que tem tamanho trauma só precisam de ouvintes, carinho e atenção, ou simplesmente saber que tem com quem contar, um obro amigo para deitar.

Foi um livro que praticamente devorei. Não somente pela curiosidade da história, mas por ser tão real, uma verdadeira lição de superação e que, com toda certeza, deixou sua mensagem.

A capa está de acordo com a história. Diagramação perfeita, sem erros de revisão. Com certeza este é mais um talento nacional do selo da Novos Talentos da Literatura Brasileira.

A autora está de parabéns pelo livro e pela garra que teve.



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Um comentário:

  1. Oiie Mari, tudo bem?

    Gente, o nome do livro é certeiro com o que ele retrata. Quão angustia deve ter sido está ferida no chão e ninguém ajuda. É triste vê que isso é fato real, porque vemos o quanto a nossa sociedade está corrompida. Espero algum dia poder ter o prazer de lê-lo.

    BJs

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