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Antes
de começar uma das resenhas que seja talvez, em toda a história do blog, a mais
curta que verão por aqui, precisamos conhecer e apresentar a vocês quem é
Washington Olivetto.
Conhecido
como o Deus da publicidade brasileira, nasceu na Lapa e é descendente de
italianos. Seu pai era vendedor, e se inspirou neste fato para iniciar a
carreira como publicitário. Além disso é torcedor roxo do Corinthians, sendo
homenageado em 2013 pela escola de samba Gaviões da Fiel.
Começou
a cursar Publicidade pela FAAP, mas não chegou a concluir o curso. E nem
precisava. A propaganda estava em sua alma. Aos dezoito anos foi redator em uma
agência de publicidade e depois de pouquíssimo tempo já estava conquistando seu
primeiro prêmio, o Leão de Bronze do Festival de Publicidade de Cannes, através
de um comercial para a Deca.
Se
você ainda não consegue associar Olivetto à esta propaganda, fique tranquilo
que a próxima irá refrescar sua memória. Conhece Carlos Moreno,
garoto-propaganda da Bombril? Adivinha quem o criou, junto de seu companheiro e
diretor de arte, Francesc Petit? Ele mesmo. Lembrando que esta parceria com a
empresa acabou em 2013, depois de mais de trinta anos comandando as
propagandas.
Mas
a vida dele não girou somente ao redor de sua profissão. Esteve sempre nas
lentes das câmeras e da mídia, principalmente quando em 2001 fora sequestrado
em São Paulo por bandidos estrangeiros, dentre eles argentinos, colombianos e
chilenos. E somente depois de 3 meses de cárcere privado que ele foi salvo,
graças a uma estudante de medicina que acabou ouvindo tudo através do estetoscópio
pela parede que fazia divisa entre as duas casas. Além disso, esteve frente às
melhores festas, como a que organizou dentro do porta-aviões Minas Gerais.
E
para quem é mais velho aqui deve se lembrar da propaganda do Primeiro Sutiã, um
dos comerciais brasileiros que consta na lista mundial dos 100 maiores
comerciais de todos os tempos. Dá até um orgulho de ver que foi a partir de uma
visão paternal, uma inspiração dentro da própria casa, que ele construiu seu
império.
Agora
voltemos à história de como este exemplar veio parar em minhas mãos. Estava eu,
no mês de abril, no teatro da Gazeta participando do Encontro de Livreiros e
Blogueiros organizado pelas editoras Arqueiro e Sextante, quando observei ao
canto um senhor bem afeiçoado, paparicado por alguns dos integrantes da
editora. A gente bem sabe que nesses encontros costumam ser levados autores
para um bate-papo com o público. E não me admirei ao vê-lo sentar à nossa
frente e começar a contar sua vida para todos nós que estávamos ali. Claro que
eu não fazia ideia de quem ele era e achei bem engraçado o fato de ele contar
basicamente o livro inteiro ali, em meia hora de conversa. Foi só chegando em
casa que pude perceber quem era a figura imponente que estava ali, contando
fatos de sua vida de forma irreverente.
O
livro é uma autobiografia autorizada, escrita em cerca de um ano, nos anos de 2016
e 2017, entre suas viagens a São Paulo, Rio de Janeiro e Londres. Temos vinte e
um capítulos recheados de histórias reais, com finais felizes ou não, mas
carregadas de uma emoção que, só ele que viveu tudo aquilo, poderia transmitir
aos leitores.
Eu
realmente não sou fã de biografias, principalmente de pessoas que a gente nem
conhece, mas acabei me rendendo à leitura desta justamente pela propaganda
mágica que ele fez no dia do evento. E não me arrependi em nenhum momento, pois
há ali, acima de tudo, lições de vida, das quais nós podemos até nos inspirar.
Além
disso a edição pelo selo Estação Brasil está primorosa, toda em tons de preto e
alguns poucos pontos em baixo relevo e em dourado. Além disso, a fonte para
leitura é ótima, bem grande até, diferente da maior parte dos livros que a
Sextante e Arqueiro costumam produzir. Como não tenho outros livros da Estação
Brasil, não posso afirmar que esta seja uma marca dela.
Em
suma, foi uma leitura prazerosa e indico a todos, independente da formação,
pois como dito anteriormente, há lições que todos podemos tirar algo de bom e
aplicar em nossas próprias vidas.
Direto de Washington
Autor: Washington
Olivetto
Editora: Estação
Brasil
Número de páginas: 400
Onde comprá-lo: Amazon
Sinopse: Washington Olivetto é o publicitário que não quis ser apenas um grande publicitário. Resolveu ser um homem de negócios que se transformou num pop star. Ganhou o primeiro Leão de Ouro do Brasil em Cannes, conquistou todos os prêmios da publicidade mundial, entrou para o Guinness Book of Records, inspirou personagens de novela, virou letra de músicas de sucesso, nome de pratos de restaurantes famosos, selo do correio do seu país, vice-presidente do seu time de futebol, cidadão carioca sendo paulista, commendatore italiano sendo brasileiro. Washington Olivetto está no Lifetime Achievement do Clio e foi o primeiro não anglo-saxão a entrar para o Hall of Fame do One Club de Nova York. Neste livro ele conta algumas histórias que ajudam a compreender como o grande publicitário criou o seu melhor personagem: ele próprio.
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