[Resenha] O outro lado da memória - O Diário do Leitor

10/05/2013

[Resenha] O outro lado da memória


O outro lado da memória
Autora: Beatriz Cortes
Editora: Novos Talentos da Literatura Brasileira
Número de Páginas: 245

Sinopse: Luíza Bedim, uma jovem talentosa e cheia de sonhos, sofre uma grande decepção com a pessoa que mais ama. Depois desse período, passa a ser perseguida pelo medo e pela dor profunda do ocorrido. A garota passa a acreditar que nunca mais será feliz, e vive alimentando-se de sua solidão. Anos depois ela conhece Arthur, um aluno novo que chama a atenção de todos por se tornar o capitão do time de basquete da escola. Luíza o ignora no início, porém, por conta de uma confusão, é obrigada a passar uma hora com ele em alguns dias da semana. Entre muitas brigas e discussões, o garoto mostra-se alguém que Luíza não esperava: uma pessoa capaz de fazer com que ela reflita sobre seu passado. E ela descobrirá que só é possível encontrar a felicidade se lutar por ela.
     Luíza é uma mimada. Na maior parte das vezes era esse o sentimento que nutria pela nossa personagem principal. Pelo menos no início, quando mal sabíamos o que havia acontecido para ele se retrair tanto, ela aparentava ser mais uma adolescente sofrendo de crise interior, namoros mal resolvidos e notas péssimas na escola, que eram causadas por essas crises. Com o passar do tempo e com o evoluir da narrativa, conhecemos o lado obscuro por trás da pose de mulher frígida. Lucas é o causador de toda sua revolta amorosa. O que acontece entre eles é algo indescritível, até o momento em que ele tenta a todo custo ultrapassar as barreiras impostas pela namorada e pelo que a mesma imagina para ambos.

Sempre pensei que me preocupar com sentimentos era perda de tempo. Na verdade, acreditei que pensasse realmente dessa forma; foi só quando tomaram conta de mim que fui perceber... Sentimentos são essenciais para se viver. Sentimentos não são apenas sentimentos. São ações, gestos, expressões.
[Prólogo – página 11]

     É quando surge Arthur, rapaz que cativa a atenção de todos por sua beleza. Não demora muito e todas as meninas da escola se veem apaixonadas pelo novo capitão do time. Mas Luíza é daquelas que apenas enxerga o lado implicante e teimoso do cara. Logo de primeira ambos sofrem uma detenção, tendo que permanecer após o horário de escola realizando trabalhos comunitários para a mesma.
     A cada briguinha dos dois não sabemos qual será a reação de cada um. Na maior parte das vezes eu caí na gargalhada por causa da ironia que ambos utilizam.

- Feio? Não, eu não te acho feio Arthur!
- Está vendo?
- Só acho você desprovido de características fenotípicas bem sucedidas.
[Capítulo VII – página 76]

     Como uma boa futura psicóloga, Beatriz utiliza muitas descrições psicológicas em seus personagens, e boa parcela se encontra em Luíza, na dicotomia de seus amores e na relação entre a família. Tirei muitas passagens que nos trazem verdadeiras lições de moral, mostrando-nos como é importante confiarmos nos outros, mesmo depois de milhões de decepções. Encontramos pessoas em nossa vida que não tem nada a acrescentar, mas a maioria passa e nos deixa diversos ensinamentos. Com certeza este livro foi um deles.
     Um amor puro, doce e romântico é o que Luíza deseja. Mas o medo de se entregar novamente a faz esquecer-se de seus sonhos. Será que Arthur será capaz de evocar seus desejos mais secretos?

O irreal pode se tornar viciante, e ser extremamente frustrante. Agora o real... Bom, pode sufocar mesmo que ainda não tenha acontecido. Mesmo que ainda seja uma hipótese.
[Capítulo XVIII – página 212]

     A editora fez um trabalho maravilhoso com relação à capa e diagramação interna. O livro é todo rosa por fora, uma fofura que só pegando o livro na mão para sentir. O único pecado foram alguns erros de revisão, que não atrapalhou em nada na fluidez da leitura. A narrativa parte da perspectiva de Luíza.
     Parabéns Beatriz, sua obra de estreia foi aprovada e altamente indicada! O outro lado da memória: um dos romances mais lindos que já li.

Sabe o amor? Certa vez, ouvi alguém dizer e concordo: ele não começa com “era uma vez” nem termina com “felizes para sempre”. Na maioria das vezes, não é nada comparado a um conto de fadas. Ele pode começar com um olhar, com uma lágrima, sorrisos sinceros, amizades verdadeiras, ou pode começar com brigas e sentimentos opostos aos que são de costume. Com uma conversa, ou dentro do almoxarifado da escola. Pode começar de várias formas e te envolver cada vez mais em seus segredos e suas armadilhas.
[Epílogo – página 243]

3 comentários:

  1. Lindíssima! Obrigada por tudo! :)

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  2. Parece ser um bom livro. Gostei bastante da resenha.

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  3. Eu acho linda essa capa, quem sabe eu leia esse livro um dia!
    Ana.
    http://umlivroenadamais.blogspot.com.br/

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