Fragmentados
Autor: Neal
Shusterman
Editora:
Novo Conceito
Número de Páginas:
368
Sinopse: Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria. Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vias estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe.
Se
mais pessoas tivessem doado seus órgãos, a fragmentação nunca teria acontecido.
– O Almirante
Connor
tem 16 anos, uma namorada e odeia a escola tanto quanto odeia seus pais. Não era
para ele saber que seria fragmentado, mas digamos que ele é bom em descobrir as
coisas. A única alternativa é fugir e se esconder até completar 18 anos. Mas não
é bem isso o que ele consegue. De início é abandonado pela namorada e parte
sozinho em busca de sua liberdade. Só esquece que seu celular está ligado, e
que seu pai estava rastreando seus passos desde o momento em que colocou os pés
na estrada.
Risa
foi acolhida pelo Estado desde que nasceu. Tem ótimas notas e toca muitíssimo
bem piano. Mas, como em todo governo, cortes precisam ser feitos e, mesmo tendo
alcançado todo seu potencial, vai ser fragmentada. Durante o transporte dela e
de outros jovens para a Colheita Twin Lakes ela vê um garoto correndo na
estrada e o acidente com seu ônibus, logo em seguida, foi inevitável. Ela não
se machucou, mas foi naquele momento que ela tomou a decisão mais importante de
sua vida.
Lev
tem 13 anos e foi escolhido pela família para a fragmentação. Ao contrário dos
outros dois personagens, ele já sabia disso. Inclusive ganhou uma festa. Isso tudo
era motivo para comemoração e ele acreditava que o processo era algo divino,
que ele nasceu para isso. E enquanto estava indo para o local onde tudo
aconteceria, vê o que aconteceu na estrada. Um garoto fugindo, um acidente com
um ônibus e seu pastor dizendo para ele fugir. Mesmo sem saber ao certo o
porque daquela ordem, ele corre e esbarra em Connor. Os dois avançam por dentro
da mata e encontram Risa. A aventura em busca da vida está apenas começando.
Lev
não é confiável, mas Connor e Risa não tem muito que escolher e acabam partindo
em busca da civilização mais próxima, ou de um abrigo.
Mas
será que os três estarão finalmente livres? Será que eles sobreviverão até os
18 anos sem serem pegos pelos Juvis (espécie de policiais altamente treinados
para combater os rebeldes que serão fragmentados)? Quais serão as surpresas que
eles encontraram no longo caminho em busca da liberdade?
E
se eu te disser que tudo o que contei até agora fazem parte de apenas meia
dúzia de capítulos e uma das partes do livro?
Pois
é. O autor detalhou quase toda a fuga dos personagens e se ateve em sua maioria
apenas nisso.
Os
capítulos são alternados entre a observação dos três personagens principais:
Connor, Risa e Lev. O livro é divido em sete partes distintas, que mostram a
trajetória dos personagens até seus destinos finais, fatídicos ou não.
O
que me despertou a vontade de ler o livro foi assistir ao booktrailer, onde
encontramos a cena da fragmentação. Ele me deixou enojada e extremamente
curiosa, pois queria ver se Neal seria tão fiel assim em sua narrativa. Afinal,
para ser bom deveria poder imaginar todos os detalhes em minha cabeça.
Realmente tudo foi muito fidedigno, mas rápido demais. Um único capítulo, no
finalzinho do livro. E isso me deixou bem brava. Pensei que veria outros processos,
até mesmo cenas de tortura (e jurava que isso seria com um dos personagens
principais, inclusive com eles fugindo na hora H ou com partes do corpo a
menos, rs).
Ninguém sabe como acontece. Ninguém sabe como é feita. A colheita dos fragmentários é um ritual médico secreto que fica confinado às paredes de cada clínica de colheita da nação. Sob esse aspecto, não é diferente da própria morte, pois ninguém sabe que mistérios jazem além daquelas portas secretas.
Não
sei se para os próximos livros Neal guardou mais particularidades acerca da
fragmentação, mas posso dizer que, ao mesmo tempo em que fiquei chateda por ter
a maior parte da narrativa enrolando até chegarem à Colheita, fiquei contente
em perceber o amadurecimento dos personagens, principalmente nos capítulos
finais.
Risa
é uma mãezona para todos e sabe ser paciente, escolhendo os melhores momentos e
as melhores palavras. Connor é o típico herói, sempre auxiliando os outros e
levando em consideração detalhes especiais de sua vida para a construção da
trajetória que os leva até onde conseguirem. Lev é um crente mimadinho, que só
sabe falar no nome de Deus, mas na hora de seguir seus ensinamentos, dá pra
trás, sendo covarde ao extremo com os outros e, principalmente, com ele mesmo.
Me deixou irritada o livro inteiro, rs.
Ah.
Mais um ponto me deixou bem brava. O autor, a todo momento, nos conta o que
está observando. Por isso, durante quase que a narrativa toda, os verbos estão
direcionados à terceira pessoa, tanto do plural quanto do singular. Mas na
página 112, ele usa a palavrinha “aqui”, deixando claro que, além de observar,
ele também estava dentro do que estava acontecendo. Meio óbvio que isso não era
possível, devido o que estava sendo descrito até o presente momento. Acho que
foi um erro básico de revisão da tradução que saiu sem querer, mas que me
deixou meio sei lá.
A
diagramação interna do livro é relativamente simples, com letra um pouco menor
que o padrão da editora. O papel é o mesmo utilizado na maioria dos livros
publicados por ela.
A
capa retrata a identidade perdida dos que foram fragmentados, mas mesmo assim
não a achei bonita. Preferiria a versão francesa da capa (vide foto abaixo). Igualmente
simples, mas sem esse borrão que tem na maior parte das edições do livro, rs.
E
que a Novo Conceito não demore a publicar o resto da série. Por favor!
Pam, sendo distopia obviamente que esse livro despertou a minha atenção logo que foi anunciado, por isso que eu realmente queria não estar enrolando com as minhas leituras para me dedicar a ele. Desde o lançamento só vejo comentários positivos e isso me deixou cada vez mais animado, mas só fui me ligar no book trailer agora com a sua resenha. Amanhã, assim que entrar na internet, vou assistir e espero ter a mesma sensação que você. rsrs
ResponderExcluirOutra coisa interessante que descobri com sua resenha é que o livro faz parte de uma série. Talvez por desatenção isso nem passou por minha cabeça. :x Ou seja, preciso ler o primeiro imediatamente - até mesmo para entender todo o contexto da fragmentação. kkkk
Beijos,
Ricardo - www.overshockblog.com.br
a capa francesa realmente eh mais bonita que a nossa.. eu nao falo nadaa desse livro, ate pq eu to doidaaa para ler! todos estao falando super bem dele e so aumenta minha curiosidade... fico feliz que tenha gostado da leitura :)
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