Diário de Andres Fava
Autor: Julio Cortázar
Editora: Civilização Brasileira
Número de Páginas: 128
Sinopse: O ponto de partida para o melhor Cortázar, com seus símbolos e enigmas Diário de Andrés Fava é composto de pequenas observações, anedotas, relatos brevíssimos, citações, diálogos, formando o que o próprio autor mais tarde chamaria de miscelânea como ele denominava livros como Histórias de cronópios e de famas, A volta ao dia em 80 mundos e Um tal Lucas. Foi escrito em Buenos Aires em 1950, concebido como parte do romance El examen, no qual o intelectual portenho Andrés Fava é personagem. Diário é, também, o ponto de partida para o melhor Cortázar, com seus símbolos e enigmas, os mesmos que fizeram do autor de O jogo da amarelinha um poeta em que a metáfora conviveu sempre com uma imaginação radical, imensa paixão literária e irreverente bom humor. Quem conhece a obra de Cortázar reconhecerá neste livro as questões que o atormentaram até a morte, os autores que o ajudaram a esclarecê-las e, sobretudo, seu estilo original e inconfundível, que salta do grave ao cômico, do anedótico ao reflexivo, com a desenvoltura de um improviso jazzístico, multiplicando surpresas que iluminam ao mesmo tempo a literatura e a vida.
Este é o segundo livro do Julio Cortázar que tenho contato desde que comecei com a parceria com o Catálogo da Record. E pra quem me conhece bem, sabe que gosto bastante da escrita do autor, principalmente dos contos do livro Bestiário, em especial o Casa Tomada (qualquer dia trago minhas impressões sobre ele, e já se preparem pra rasgação de seda hahaha).
Mas o grande diferencial de Diário de Andres Favas é que Cortázar retirou informações de um outro livro seu, El Examen, onde o personagem principal, que leva o título desta obra, participa também. E é através de suas anotações que o conhecemos de forma mais aprofundada.
Andres Favas não tem papas na língua e, diferente dos diários tradicionais, onde contamos fatos do cotidiano, neste o protagonista conta sobre fatos mais literários, culturais, filosóficos, dando um ar mais maduro ao enredo. E ele não pensa duas vezes em dizer se algo o agradou ou não.
Sua leitura é rápida, mas não podemos dizer que ela é de forma resumida, rasa. Totalmente o contrário. Encontramos nas poucas mais de 100 páginas algo concreto e espetacular. Ele rompe barreiras e nos faz refletir sobre diversos assuntos.
A edição seguiu o padrão dos demais livros do autor publicados pela Civilização Brasileira, com essa capa super simples e bonita, e diagramação ótima para leitura: limpa e com fonte grande para o padrão das demais publicações. Não encontrei erros de revisão, o que é mais um ponto positivo para que eu me apaixone mais pela editora! Além disso, várias notas de rodapé estão espalhadas pelo livro, dando uma melhor clareza a diversas passagens.
Em suma, este livro pode ser lido sem passar pelos outros títulos do autor. Então para quem quer começar a ler as coisas de Cortázar, este é um bom livro.
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