Lançada
no dia 31 de março mundialmente através da plataforma Netflix, a série 13
Reasons Why gerou inúmeras polêmicas ao abordar um tema não muito falado entre
as pessoas, mas que traz inúmeras consequências na vida das pessoas,
principalmente os adolescentes e jovens.
Como não consigo sozinha falar sobre este assunto,
principalmente por ter conhecido um caso semelhante, acabarei compartilhando a
palavra e o ponto de vista de uma pessoa que pensa quase a mesma coisa que eu.
O link da publicação original está no final da postagem e espero que sirva para
refletir.
“13 Reasons Why“, novo
hit da Netflix, é uma das mais atuais e necessárias séries do momento. Focada
no público jovem, a produção manda a real: suicídio é um problema sério e
precisamos falar sobre ele.
Jogar o tema para
debaixo do pano só serve para que mais vidas sejam perdidas. De acordo com
dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda maior causa
de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. Estima-se que uma pessoa tire a própria
vida a cada 40 segundos.
Os dados são
alarmantes e exigem atenção e discussão da sociedade. É um problema de saúde
pública. No entanto, o mundo do entretenimento (principalmente o pop) ignorou
solenemente o assunto. Sempre tratado como tabu, que não pode ser debatido.
O jornalismo também
atua assim. Há uma máxima: não se noticia suicídio. O erro está aqui. O
suicídio precisa ser discutido e ocupar a imprensa pelo que é: uma questão de
saúde, de vida ou morte.
Obviamente, não se
trata de agir com irresponsabilidade, apenas promover o debate. Fazer
exatamente o que “13 Reasons Why” e o livro “Os 13 Porquês” propõem. O suicídio
está aí e não adianta escondê-lo. É uma das consequências de como,
socialmente, tratamos mal os distúrbios comportamentais e mentais.
Há dois anos, sou
paciente de um psiquiatra e enfrento as angústias da Síndrome do Pânico. Muito
me custou admitir que precisava de ajuda e, até hoje, ainda preciso respirar
fundo ao comentar isso com pessoas de fora do meu círculo íntimo.
Por quê? Não vejo pessoas
com vergonha de uma gripe. Ao contrário, rola até uns posts nas redes com a
legenda “#DeuRuim”. Não à toa, é raro ver alguém morrer por conta de um
resfriado.
Porém, quando o
tema é a nossa mente, falta coragem para pedir ajuda. Antigripal não causa
arrepios, mas antidepressivos assustam. Regulador de humor então, faz muita
gente correr. Rivotril é só para fazer piada na internet.
Todo esse
preconceito com as doenças da mente (ou da alma, como prefiro) só serve para
que os números de suicídio cresçam e nos assustem. Pedir ajuda é sinal de
força, acreditem. Ninguém sai do fundo do poço sem uma mão, de preferência,
profissional.
O entretenimento
tem muita responsabilidade nisso. Ao discutir o tema, joga luz sobre um assunto
relegado às sombras e, dessa forma, pode salvar muitas vidas. Por isso,
assistam a “13 Reasons Why”: mesmo que você não precise de ajuda, poderá
conhecer ferramentas para ajudar aos outros.
O CVV
No Brasil, um
importante apoio é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que presta
auxílio emocional gratuitamente, 24 horas por dia, de forma anônima e
sigilosa. Os atendimentos podem ser feitos por telefone, e-mail, Skype, chat ou
pessoalmente. Em Brasília, o posto de atendimento funciona no Setor de Rádio e
TV Norte, na 702, Edifício Brasília Rádio Center, Sobreloja 5. O atendimento
telefônico é feito pelo número 141.
Artigo escrito por Luiz Prisco, em 07/04/2017. (http://www.metropoles.com/ponto-de-vista/sucesso-de-13-reasons-why-comprova-que-precisamos-falar-de-suicidio)
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