O outro lado da memória
Autora: Beatriz Cortes
Editora: Novos Talentos da
Literatura Brasileira
Número de Páginas: 245
Sinopse: Luíza Bedim, uma jovem talentosa e cheia de sonhos, sofre uma grande decepção com a pessoa que mais ama. Depois desse período, passa a ser perseguida pelo medo e pela dor profunda do ocorrido. A garota passa a acreditar que nunca mais será feliz, e vive alimentando-se de sua solidão. Anos depois ela conhece Arthur, um aluno novo que chama a atenção de todos por se tornar o capitão do time de basquete da escola. Luíza o ignora no início, porém, por conta de uma confusão, é obrigada a passar uma hora com ele em alguns dias da semana. Entre muitas brigas e discussões, o garoto mostra-se alguém que Luíza não esperava: uma pessoa capaz de fazer com que ela reflita sobre seu passado. E ela descobrirá que só é possível encontrar a felicidade se lutar por ela.
Luíza é uma mimada. Na maior
parte das vezes era esse o sentimento que nutria pela nossa personagem
principal. Pelo menos no início, quando mal sabíamos o que havia acontecido
para ele se retrair tanto, ela aparentava ser mais uma adolescente sofrendo de
crise interior, namoros mal resolvidos e notas péssimas na escola, que eram
causadas por essas crises. Com o passar do tempo e com o evoluir da narrativa,
conhecemos o lado obscuro por trás da pose de mulher frígida. Lucas é o
causador de toda sua revolta amorosa. O que acontece entre eles é algo
indescritível, até o momento em que ele tenta a todo custo ultrapassar as
barreiras impostas pela namorada e pelo que a mesma imagina para ambos.
Sempre pensei que me preocupar
com sentimentos era perda de tempo. Na verdade, acreditei que pensasse
realmente dessa forma; foi só quando tomaram conta de mim que fui perceber...
Sentimentos são essenciais para se viver. Sentimentos não são apenas
sentimentos. São ações, gestos, expressões.
[Prólogo – página 11]
É quando surge Arthur,
rapaz que cativa a atenção de todos por sua beleza. Não demora muito e todas as
meninas da escola se veem apaixonadas pelo novo capitão do time. Mas Luíza é
daquelas que apenas enxerga o lado implicante e teimoso do cara. Logo de
primeira ambos sofrem uma detenção, tendo que permanecer após o horário de
escola realizando trabalhos comunitários para a mesma.
A cada briguinha dos dois
não sabemos qual será a reação de cada um. Na maior parte das vezes eu caí na
gargalhada por causa da ironia que ambos utilizam.
- Feio? Não, eu não te acho feio
Arthur!
- Está vendo?
- Só acho você desprovido de
características fenotípicas bem sucedidas.
[Capítulo VII – página 76]
Como uma boa futura
psicóloga, Beatriz utiliza muitas descrições psicológicas em seus personagens,
e boa parcela se encontra em Luíza, na dicotomia de seus amores e na relação
entre a família. Tirei muitas passagens que nos trazem verdadeiras lições de
moral, mostrando-nos como é importante confiarmos nos outros, mesmo depois de
milhões de decepções. Encontramos pessoas em nossa vida que não tem nada a
acrescentar, mas a maioria passa e nos deixa diversos ensinamentos. Com certeza
este livro foi um deles.
Um amor puro, doce e
romântico é o que Luíza deseja. Mas o medo de se entregar novamente a faz esquecer-se
de seus sonhos. Será que Arthur será capaz de evocar seus desejos mais
secretos?
O irreal pode se tornar
viciante, e ser extremamente frustrante. Agora o real... Bom, pode sufocar
mesmo que ainda não tenha acontecido. Mesmo que ainda seja uma hipótese.
[Capítulo XVIII – página 212]
A editora fez um trabalho
maravilhoso com relação à capa e diagramação interna. O livro é todo rosa por
fora, uma fofura que só pegando o livro na mão para sentir. O único pecado foram
alguns erros de revisão, que não atrapalhou em nada na fluidez da leitura. A
narrativa parte da perspectiva de Luíza.
Parabéns Beatriz, sua obra
de estreia foi aprovada e altamente indicada! O outro lado da memória: um dos romances mais lindos que já li.
Sabe o amor? Certa vez, ouvi
alguém dizer e concordo: ele não começa com “era uma vez” nem termina com “felizes
para sempre”. Na maioria das vezes, não é nada comparado a um conto de fadas. Ele
pode começar com um olhar, com uma lágrima, sorrisos sinceros, amizades
verdadeiras, ou pode começar com brigas e sentimentos opostos aos que são de
costume. Com uma conversa, ou dentro do almoxarifado da escola. Pode começar de
várias formas e te envolver cada vez mais em seus segredos e suas armadilhas.
[Epílogo – página 243]
Lindíssima! Obrigada por tudo! :)
ResponderExcluirParece ser um bom livro. Gostei bastante da resenha.
ResponderExcluirEu acho linda essa capa, quem sabe eu leia esse livro um dia!
ResponderExcluirAna.
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