Nos últimos
tempos estou conhecendo novos autores, saindo da zona de conforto das leituras que
costumo sempre me empolgar, e esse livro desempenhou seu papel com
maestria. Quando recebi ele para ler e resenhar, não esperava metade do
resultado que obtive ao final da leitura.
O livro é
nacional e a história se passa em terras brasileiras, em uma parte
pouca falada da Amazônia. Lá em seu interior, existe um lugar conhecido como “Terra da Noite que Engole”, por ter
árvores enormes com folhagens que interrompem a passagem do sol para dentro da
floresta.
Existe uma
investigação por lá, sobre um caso onde uma equipe de biopirataria desapareceu
e foi morta de forma brutal, desumana. De início quem está com o caso são
norte-americanos e, diante dessa afronta, soldados brasileiros são enviados para
lá, mas também para investigar. Diante desse contexto, o autor consegue levar o
leitor em visões diferentes do caso.
Alexandre
usou também sua vivência militar para a construção dos personagens que deixaram
a história ainda mais realista. Além disso, abordagens com lendas também são
mencionadas aqui, assim como o conflito entre as duas tropas durante a
investigação.
Esse é um
daqueles livros que no início não percebemos como será, mas no decorrer das
páginas vamos nos empolgando e tentando desvendar seus mistérios e nem vemos a
leitura acabar, de tão rápido que ela flui.
Quanto à
parte da revisão, está perfeita, a capa é bem simples, páginas brancas, e
fonte boa para leitura. Outro ponto interessante que percebi foi o texto que
está na orelha do livro. Ele é daqueles que deixa o leitor com a pulga atrás da
orelha.
Uma obra que merece mais leitores. Aos fãs de terror,
aqueles que gostam desse gênero, que preferem uma leitura mais densa, mais
completa e ainda mais ambientada em território nacional, essa é uma ótima
pedida.
Escuridão
Autor: Alexandre Moreira
Editora: Papel
Virtual
Número de páginas: 220
Onde comprá-lo: Amazon
Sinopse: No noroeste da Amazônia Brasileira, existe um lugar remoto e agreste, onde a noite dura para sempre. Um lugar de árvores seculares, gigantescas, que formam um telhado de folhas tão denso que o Sol jamais chega ao chão. Lá, não há vilas, tribos e nem rios navegáveis. Lá, os rádios e os equipamentos eletrônicos de orientação não funcionam. Os índios consideram essa região agourenta e a chamam, em sua língua, de "Terra da Noite que Devora". Mas nativos supersticiosos não são os únicos a evitá-la. Os próprios militares responsáveis por seu patrulhamento quase nunca põem os pés lá. Não se pode culpá-los por isso. Com tanto território para cuidar, por que dar prioridade a um hostil e sombrio setor de selva, afastado da fronteira e das rotas de traficantes, no qual é tão difícil se movimentar? Essa desatenção, no entanto, não passou despercebida. Contando com a ausência de fiscalização, norte-americanos operam lá há anos. Sua missão é analisar e traficar plantas e animais que possam ter valor financeiro. Normalmente, é um negócio muito rentável, mas esse não será o caso de 2003. Escuridão é uma obra de terror - dinâmica, assustadora e surpreendente. Embora tenha tamanho de romance, sua narrativa é veloz e cativante como a de um conto. Sem qualquer pretensão de tornar-se um livro político, ele aborda, com minucioso realismo, a ação de biopiratas dentro das fronteiras brasileiras e o dia-a-dia inglório daqueles encarregados de combatê-los. Ao mesmo tempo, levanta interessantes questões sobre os mistérios ainda velados da maior floresta equatorial do planeta. A história toma, a toda hora, mudanças abruptas de direção que nunca permitem perceber qual será o próximo acontecimento. O leitor sente-se em uma alucinante montanha russa que ganha velocidade cada vez maior e vai fazendo sucessivas curvas fechadas, que não param um instante até o inesperado final.
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