Resenha número 81. - O Diário do Leitor

03/05/2012

Resenha número 81.


Senhora
Autor: José de Alencar
Editora: FTD
Nota: 

Sinopse: Aurélia Camargo, filha de uma pobre costureira e órfã de pai, apaixonou-se por Fernando Seixas – homem ambicioso - a quem namorou. Este, porém, desfez a relação, movido pela vontade de se casar com uma moça rica, Adelaide Amaral, e pelo dote ao qual teria direito de receber. Passado algum tempo, Aurélia, já órfã de mãe também, recebe uma grande herança do avô e ascende socialmente.Passa, pois, a ser figura de destaque nos eventos da sociedade da época. Dividida entre o amor e o orgulho ferido, ela encarrega seu tutor e tio, Lemos, de negociar seu casamento com Fernando por um dote de cem contos de réis. O acordo realizado inclui, como uma de suas cláusulas, o desconhecimento da identidade da noiva por parte do contratado até as vésperas do casamento. Ao descobrir que sua noiva é Aurélia, Fernando se sente um felizardo, pois, na verdade, nunca deixara de amá-la. E abre seu coração para ela. A jovem, porém, na noite de núpcias, deixa claro: "comprou-o" para representar o papel de marido que uma mulher na sua posição social deve ter. Dormiram em quartos separados. Aurélia não só não pretende entregar-se a ele, como aproveita as oportunidades que o cotidiano lhe oferece para criticá-lo com ironia. Durante meses, uma relação conjugal marcada pelas ofensas e o sarcasmo se desenvolve entre os dois. 


Entra em cena Aurélia Camargo, uma jovem rica e muito bonita, que chama a atenção de todos nas festas, enchendo-se de pretendentes e amigos.
Os primeiros boatos que circulam é que Aurélia é órfã, e que vivia com uma parente, D. Firmina, uma viúva.
Aurélia carrega uma bagagem de ironia e desprezo por toda aquela gente rica que se aproxima dela por saber de sua enorme fortuna. O que lhe dá um novo hobbie: colocar preços nos pretendentes, como se fossem produtos.
Os segredos de Aurélia são contados no decorrer do livro, onde aparece Fernando Seixas, um rapaz que a moça amava antes de se tornar rica, e que a abandonou, preferindo ser noivo de outra menina que possuía dinheiro.
Aurélia dá a volta, e, tornando-se rica ao receber a herança de seu avô, compra Fernando como marido, jogando na cara dele que o comprou feito uma mercadoria, humilhando-o.
Dia após dia os dois armam-se de sarcasmos e mágoas, tornando a vida conjugal insuportável durante meses.
Eu amei o livro, principalmente pela visão de mundo que Aurélia tinha naquela época, onde as mulheres eram vistas apenas como acessório matrimonial.
Apesar de ser totalmente independente, cuidando de suas próprias economias, a moça ainda guardava seu amor por Fernando, e embora não demonstrasse a ele por puro orgulho, fez que pintassem um quadro do rapaz, que ficava no quarto dela todo o tempo, e apenas o Fernando do quadro sabia o quanto ela chorava.



Sobre o autor: José de Alencar nasceu em Messejana, na época um município vizinho a Fortaleza. A família transferiu-se para a capital do Império do Brasil, Rio de Janeiro, e José de Alencar, então com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar. 
José de Alencar foi mais longe nos romances que completam a trilogia indigenista: Iracema (1865) e Ubirajara (1874). 
Em 1860 ingressou na política, como deputado estadual no Ceará, sempre militando pelo Partido Conservador (Brasil Império). Em 1868, tornou-se ministro da Justiça, ocupando o cargo até janeiro de 1870. em 1869, candidatou-se ao senado do Império, tendo o Imperador D. Pedro II do Brasil não o escolhido por ser muito jovem ainda.
Em 1872 se tornou pai de Mário de Alencar, o qual, segundo uma história nunca totalmente confirmada, seria na verdade filho de Machado de Assis, dando respaldo para o romance Dom Casmurro. Viajou para a Europa em 1877, para tentar um tratamento médico, porém não teve sucesso. Faleceu no Rio de Janeiro no mesmo ano, vitimado pela tuberculose. Machado de Assis, que esteve no velório de Alencar, impressionou-se com a pobreza em que a família Alencar vivia.
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