Durante
o mês de Julho li e resenhei aqui no blog o livro Meu melhor amigo é gay,
escrito pelo autor Dielson Vilela e publicado pela Editora Coerência. Não pensei
duas vezes em realizar uma entrevista com ele, que gentilmente a aceitou,
deixando-nos extremamente felizes. A literatura nacional tem pedras preciosas e
Dielson é uma delas. Vamos parar com o preconceito contra nossa própria
literatura, contra nossos próprios autores e vamos dar mais valor para nosso
país.
O Diário do Leitor: Antes de
tudo, nos conte quem é Dielson Vilela.
Dielson Vilela: Dielson
Vilela é uma pessoa que luta muito pelos seus sonhos e corre atrás deles todos
os dias. Ama ler, escrever, filmes e boas músicas. Pessoa calma e muito
observadora, que sonha com um mundo melhor para as pessoas, um mundo sem
preconceito, que pode ser alcançado através da leitura de bons livros.
ODDL: Como
autor, é lógico que gosta de ler. Qual seu gênero preferido?
DV: O meu
gênero preferido é fantasia. Adoro conhecer novos mundos e todas as criaturas
fantásticas. Amo livros que têm dragões. Para mim eles são criaturas incríveis
e intrigantes. Porém, leio de tudo, não tenho preconceito de gêneros.
ODDL: Quando
nasceu a vontade de escrever? Logo no início já pensava em seguir a carreira ou
isso aconteceu depois?
DV: Acho que a
vontade de escrever sempre esteve presente na vida, desde pequeno. Eu costumava
inventar histórias e contá-las para meus irmãos. Depois que comecei a
faculdade, fiquei com muita vontade de escrever meu próprio livro, mas não
surgia nenhuma ideia. Até que a história do livro “O meu melhor amigo é gay” me
encontrou e não me deixou em paz até chegar ao ponto final. Eu sempre tive o
desejo de ter meu livro em minhas mãos, e por isso não enxergava uma carreira,
por nem pensar em escrever outros livros, mas a vontade de contar histórias não
me abandona.
ODDL: Tem sonhos
literários?
DV: Meu sonho
literário é fazer com que a literatura LGBT seja mais reconhecida e tenha cada
vez mais espaço nas livrarias e bibliotecas. Ainda há muito preconceito com
esse tipo de literatura.
ODDL: Escrever é
só inspiração?
DV: Não. É lógico
que inspiração é muito importante, mas vai muito além disso. É preciso muita
leitura, antes de mais nada. Só escreve bem quem lê muito. Isso é fato. É preciso
ser muito disciplinado para não se perder no meio do caminho e bastante paciência
para ler e reler incontáveis vezes o que você escreveu.
ODDL: Como você
inicia sua obra? Você faz algum tipo de pesquisa, usa música como pano de
fundo?
DV: Eu sempre
coloco uma música que tem a ver com o capítulo que estou escrevendo. “O meu
melhor amigo é gay” tinha muitas passagens tristes. Escutava várias músicas do gênero,
ao som de piano. Faço bastantes pesquisas quando desconheço o assunto que estou
escrevendo e adoro ter água por perto.
ODDL: Pelo que
percebo, existe bastante baixo-astral no meio literário nacional. O que você
acha disso e porque continua a lutar por esse ideal?
DV: Existe por
conta da falta de reconhecimento. Temos muitos livros nacionais maravilhosos,
mas falta espaço para os autores daqui, e ainda há muitos leitores torcendo o
nariz para eles. Eu continuo lutando porque acredito que isso mudará um dia. Acredito
que há espaço para todos, mas precisamos olhar mais para o que temos aqui em
nosso país.
ODDL: Quantas
vezes você reescreve um texto?
DV:
Incontáveis vezes. Eu perdi as contas de quantas vezes eu tive que reler “O meu
melhor amigo é gay”. E ainda continuo achando que não foi o suficiente.
ODDL: O que você
sente ao ver seu texto pronto e finalizado?
DV: Orgulho. A
maioria das pessoas pensa que é fácil escrever, mas isso exige muito esforço e
foco.
ODDL: Qual a
sensação de reconhecimento de um leitor?
DV: A melhor
coisa do mundo. Amo receber os comentários dos meus leitores. Eu sempre digo
que sou o autor mais sortudo do mundo, pois as pessoas, quando acabam de ler o
meu livro, sentem a necessidade de entrar em contato comigo e me parabenizar
por ele, ou dizer o quanto os ajudou. Quando eu vejo que ele tocou alguém de
forma tão positiva, eu sinto que a minha missão em tocar as pessoas através das
minhas palavras foi alcançada e isso me deixa muito feliz e realizado como
autor.
ODDL: O mais
difícil é a primeira ou última frase?
DV: A
primeira, pois você precisa fisgar o leitor já nas primeiras linhas e isso é
muito difícil. É preciso escolher muito bem como vai começar o livro.
ODDL: Quando
olhar para trás, sua maior satisfação é poder dizer __________?
DV: Que o meu
livro ajudou muita gente.
ODDL: Você
acompanha a produção literária nacional?
DV: Sim. Tento
sempre acompanhar e incentivar os novos autores, comprando seus livros e
tentando estar presente em eventos literários.
ODDL: O que acha
do plágio?
DV: A pior
coisa que existe. Já vi muito, mas acredito que as pessoas que fazem isso não
chegam muito longe. Acredito que quanto mais diferentes, maior é a aceitação do
público, pois o povo está cansado de ler a mesma coisa. É preciso ser muito
criativo para trazer algo novo e se destacar. Quem comete plágio não tem essa
capacidade.
ODDL: Quando e
onde nasceu “O meu melhor amigo é gay”?
DV: Nasceu
depois que eu escutei uma conversa entre dois amigos no ônibus quando estava
indo para a faculdade. Um era gay e o outro não. Eles estavam marcando uma
partida de futebol e isso me fascinou. Quando desci do ônibus eu já tinha na
cabeça o enredo principal e a frase final do livro.
ODDL: Deixe um
recado para seus leitores e nos conte se tem algum livro sendo produzido. Se
sim, pode nos dar uma palhinha?
DV: Eu quero
agradecer por todo carinho que eu recebo. Todas as mensagens são importantes e
leio inúmeras vezes. Todo esse carinho e apoio me faz acreditar que estou no
caminho certo. Meu novo livro traz outra história forte e uma morte logo no
início, que é muito mais intrigante. Não espere um livro parecido com o
anterior. Ele abordará outros tipos de preconceitos e terá um tom diferente do
que “O meu melhor amigo é gay”.
Brubs!
ResponderExcluirGosto muito de poder conhecer um pouco mais sobre nossos autores nacionais e as entrevistas trazem uma pequena noção de como são e coo é seu processo de criação.
Estou com o Dielson... temos que acabar com o preconceito, seja lá qual for, principalmente relacionado com a literatura nacional (tenho lido ótmos livros de autores brasileiros) e ao gênero.
Muito boa a entrevista.
Que outubro venha carregado de boas energias!
“O tempo é teu capital; tens de o saber utilizar. Perder tempo é estragar a vida.” (Franz Kafka)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE OUTUBRO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
Olá! Tudo bem?
ResponderExcluirNossa como é bom sabor que os autores nacionais estão ganhando espaço no mundo literário.
Foi muito bom conhecer mais sobre o autor, pois eu não o conhecia. Foi bom saber mais sobre seu livro.
Também gostaria que acabasse esse preconceito literário só porque o livro foi escrito por um autor nacional. Gente, livro é livro. Não tem dessa de só porque é estrangeiro o livro vai ser sensacional. Já li muitos livros de autores nacionais e posso dizer que existem historias boas sim!
Foi muito bom a entrevista. Gostei.
Beijos.
Não conhecia o autor, mas gosto bastante de ver literatura nacional crescer tanto assim.
ResponderExcluirGostei da entrevista, e realmente também acho que primeira frase é bem mais difícil porque é partir dela que ele mantem o leitor.
beijos
She is a Bookaholic
Olá!
ResponderExcluirE sempre um prazer enorme conhecer os autores, verem como ele pensa e como criar suas próprias historias.
Amei por conhecer esse autor e já até fiquei curiosa com o livro dele, espero ler mas na frente!
Nossa,desejo todo o sucesso do mundo para o escritor Dielson Vilela.
ResponderExcluirSei que publicar um livro no Brasil,não é nada fácil.E infelizmente existe sim , muito preconceito com os autores nacionais.
E há tantas histórias fascinantes!
Adorei conhecer o autor.E espero que o seu livro seja reconhecido... Já está sendo! :)