[Resenha] Poemas Escolhidos #ColeçãoMulheresNaLiteratura - O Diário do Leitor

23/09/2017

[Resenha] Poemas Escolhidos #ColeçãoMulheresNaLiteratura

Poemas Escolhidos
Coleção Mulheres na Literatura #2
Autora: Emily Dickinson
Editora: Folha de S.Paulo
Número de Páginas: 104
Onde comprá-lo: Site Oficial
Sinopse: Nascida em Amherst, nos arredores de Boston e numa das regiões mais puritanas dos EUA, Emily Dickinson passou praticamente metade da vida em reclusão autoimposta. Quando a escritora morreu, em 1886, aos 55 anos, sua irmã encontrou em seu quarto alguns cadernos que, costurados à mão, continham mais de 1700 poemas, dos quais apenas uma dezena havia sido publicada e vida por Dickinson - e, ainda assim, sob anonimato. Desde então, sucessivas edições de sua obra fizeram com que ela atingisse o epicentro da poesia norte-americana, ao lado de Walt Whitman. Da mesma maneira, os poemas amorosos misteriosamente intensos dessa ermitã alimentaram a lenda de que seriam dirigidos a uma paixão secreta (supostamente, o pastor Charles Wadsworth). Pouco importam, porém, os eventuais traços biográficos que porventura estejam por trás dessa poesia, em que o sentimento de um vazio essencial sublima seus temas recorrentes - natureza, amor, solidão, fé e morte - por meio de profundidade reflexiva e complexidade linguística prodigiosas.

E o projeto de ler os livros na ordem foi meio que por água abaixo. Mas tudo tem um motivo. Para quem já leu Perto do Coração Selvagem sabe que a escrita dessa mulher é o próprio capeta, não é mesmo? Então eu to naquele processo de ler uma página e ter reler as duas anteriores porque eu to mais brisando que outra coisa hahaha.


Pra não perder tanto o foco, partimos em busca do segundo livro, que é bem fininho e de fácil leitura, embora poemas sejam meu grande pesadelo (gosto só quando vou ensinar escansão para os meus alunos), pois cada hora, a cada leitura, temos uma interpretação diferente para o mesmo texto. Mas vamos finalmente ao que se trata.

Em Poemas Escolhidos temos alguns dos textos escritos por Emily Dickinson que só foram descobertos por sua irmã após sua morte em 1886. Como a sinopse disse ali em cima, ela viveu uma reclusão autoimposta por metade da vida, então provavelmente foi nesta época que ela teria escrito os mais de 1700 poemas encontrados, escritos à mão em cadernos costurados da mesma maneira. Aqui no Brasil é meio difícil encontrar livros dela, pois são pouquíssimas as editoras que estão dispostas a adquirirem os direitos autorais. A última edição - bilíngue - que saiu foi pela L&PM, mas já há algum tempo considerável. Agora a Folha resolveu dar voz novamente a esta personagem histórica que é considerada até hoje como um dos grandes ícones líricos norte-americanos do século XIX.

Como a maioria das autoras escolhidas para fazer parte desta Coleção, elas estavam frente ao tempo em que viviam, e não poderia ser diferente para Emily Dickinson. Os oitenta e nove poemas são expostos de forma diversificada, passando por diversos momentos em que ela os escrevera, com temas muito bem delimitados, como diz Ivo Bender durante a Introdução à obra, (escrito em junho de 2004): vida, amor, natureza, tempo e eternidade. 



Já sabia que não encontraria uma literatura de fácil leitura, principalmente por não ser meu gênero de escrita favorito para fazê-lo. Mas no final das contas até que gostei de alguns dos poemas aqui dispostos. Claro que não morri de amores pelo livro, mas já expus todos os motivos para que isso tenha acontecido, rs. 

Levando-se em consideração a época em que os textos foram escritos, é claro que Emily já demonstrava estar insatisfeita com alguns padrões impostos pela sociedade, o que a torna um grande ícone em questão de reconhecimento. Uma pena que nem todos tenham acesso às suas obras. Além disso, podemos também perceber que há um grande descontentamento com a vida, algo bem pessimista, então não sabemos se é pelo fato da reclusão em que vivia ou se é reflexo de algo que acontecia dentro de casa.  

A edição é maravilhosa. Devo dar meus parabéns à Folha de S.Paulo por mais uma coleção digna de palmas. O livro é em capa dura, a diagramação interna é simples, com impressão em papel pólen, guarda e folha de guarda brancas. A fonte é ótima e com um tamanho muito bom para leitura.

Meu desejo e sede de conhecimento para descobrir mais coisas sobre Emily Dickinson cresceu mais que rapidamente, e de agora em diante é o que vou fazer. Aliás, estou ansiosa por outros do mesmo gênero que serão publicados ainda nesta coleção! 


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